segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras ou Como a Pixar está amadurecendo

Dia desses fui ao cinema assistir o novo filme da Disney/Pixar Up - Altas Aventuras.
Creio que todo mundo já conhece a sinopse: um velhinho viúvo (Carl, dublado por Chico Anysio na versão brasileira) resolve pendurar sua casa a um monte de balões e partir numa viagem rumo à América do Sul onde existe um paraíso das cachoeiras, lugar que a falecida mulher sempre quis conhecer. O que ele não esperava é que um jovem escoteiro (Russel) o acompanhasse por acidente nessa aventura fantástica.
http://uouwww.net/imagens/UpAltasAventuras2009_103DA/UpAltasAventuras2009uouwww_thumb.jpgConfesso que esse foi talvez o melhor filme da Pixar que já vi e, se não for o melhor, está empatado com Wall-E. Lembro da vez que aluguei Toy Story e achei um máximo, mas tenho certeza que se pegar o primeiro hoje, não vou achar tanta graça. Talvez eu ria de algumas piadinhas que não tinha entendido à época, mas nada surpreendente. Acontece que a Pixar, como nós todos, foi amadurecendo e aqueles filmes que no começo eram meros entretenimentos infantis dessa nova onda digital da Disney, que daria origens a outros produtos de outras produtoras como Shrek e A Era do Gelo, começaram a se transformar em verdadeiras obras de arte tanto estética quanto qualitativante.
Assistir à Wall-E, para quem gosta de cinema, é tomar um banho de referências aos filmes mudos do começo do Século XX, e justamente numa história onde o contexto é de um futuro em que o planeta está devastado e pelo jeito só sobrou um robozinho (Wall-E) que tem a função única de juntar o lixo, mas além disso o  robô desenvolve uma curiosidade pelos objetos estranhos que vai encontrando e acaba se envolvendo numa aventura espacial com EVA, uma robô ultra moderna que veio à Terra em busca de algum sinal de vida.
Contexto um tanto sinistro para um filme infantil, não?
Talvez os últimos filmes da Pixar vem carregando um clima de diagnóstico do mundo atual. Carros, Wall-E e UP são um crítica direta à nossa época, sendo o primeiro (e mais fraco) saudosita  e uma pesada e frágil ode à tradição, o segundo uma denúncia ambiental (ele quase entrou na lista dos cinco indicados a melhor filme  pela academia) e o último uma sutil alfinetada às relações "coisificadas" que travamos ultimamente.
Carros, por ser saudosista e "americanista" demais (o título entrega tudo) é um dos mais fracos, mas esses dois últimos fazem a gente pensar no ponto em que chegamos. Wall-E pode parecer apelativo no alerta, mas Up nos emociona, nos faz rir e nos adverte para o fato de que nossas verdadeiras conquistas estão nas relações que travamos com as pessoas e não naquelas que travamos com as coisas, dinheiro ou posses.
Up fala disso desde à casa de Carl cercada por investimentos imobiliários monstruosos e gananciosos que farão de tudo para tirá-lo de lá e mandá-lo a um asilo até o pai ausente de Russel que sequer faz uma ponta no filme, propositadamente, eu imagino, para não ficar aquele clima de pai arrependido no final.
É um filme sobre amizade (o curta anterior ao filme é imperdível) e sobre como às vezes esquecemos o quanto é bom ter alguém para desabafar, brincar ou simplesmente abraçar, mesmo que para isso precisemos abdicar de certas aventuras, mas que no final a gente compreende por que o saldo acabou sendo positvo.
Levem alguns lenços, cenas do comecinho e do final podem pegar de jeito aqueles que choram com qualquer beijo de novela e esqueçam essa história de 3D, apesar de os filmes estarem cada vez mais perfeitos, o conteúdo prendem mais nossa atenção que os detalhes perfeccionistas.

Um abraço e até o próximo filme!


7 comentários:

Karina disse...

tá vendo o lado bom de não ter mto dinheiro, mô? mais tempo, mais liberdade...

Patricia disse...

Confesso que eu não estava muito interessada nesse filme, até porque eu não tinha comparado com o wall-e que eu também adorei. Mas valeu a dica, Cayo, vou assistir!

Cayo Candido disse...

Virei amigo do 30 Segundos... Se é que é ele! Se bem que ele tem cara de mais alguns minutinhos... hehe! Isso que dá trabalhar com os amigos...

Vinícius Moreira disse...

O que tira tempo não é ter dinheiro, mas ter que trabalhar pra ganhar.

Agora... Não sei quando esse filme começou a ser feito. Mas que tem um quê de Padre dos Balões, tem, heuahueahuehue...

Cayo Candido disse...

Perguntaram ao diretor se ele tinha se inspirado no padre, e ele disse que a ideia era bem mais antiga que o padre. Mas não dá pra negar... hehe

Patricia disse...

Cayo, acho q não, meu. quem vc acha q eh o 30 segs????

Cayo Candido disse...

Deve ser 45...