"Abraços Partidos" é o tipo de filme para aqueles que eventualmente gostam de uma boa história de amor cheia de reviravoltas, tensões, pitadas de humor negro e cenas de amor passional vistas através de longos flashbacks e que, tendo em vista a situação daquele que conta o que se passou, sabemos que o final não será lá tão otimista.
É um filme que agrada quem pouco conhece Almodóvar e desagrada quem muito conhece e gosta do diretor porque aqui ele apresenta todas suas características típicas (assuntos graves tratados de forma banal, traições, sexo, longas cenas com belas paisagens e bela trilha sonora) só que de forma atenuada, fazendo sua obra parecer mais um filme sobre duas pessoas que se amaram intensamente, o que é verdade, mas também ultrapassa tal fronteira.
Quando terminei de ver o filme nessa tarde, encontrei um amigo formado em Artes que também escapou da rotina infernal e resolveu pegar um cineminha cult de quarta-feira. Ao trocarmos nossas opiniões, ele deixou bem claro que achou o filme "leve". Eu que não podia ficar quieto, respondi erroneamente que os filmes do Almodóvar vinham ficando mais "leves" com o tempo. Não que meu amigo não tenha gostado, mas depois de me dar outros exemplos de filmes do Almodóvar melhores e mais "pesados", percebi que eu precisava revisitar a locadora para ver e rever alguns que ou assisti por cima, leia-se adolescência, ou simplesmente não assisti.
Mesmo assim, na volta pra casa no ônibus lotado e envolto de um calor infernal, fui colhendo o pouco que sei sobre o diretor e lembrando dos filmes que já vi e que em geral apreciei. Cheguei à conclusão de que me afeiçoei ao "Abraços Partidos" justamente porque o filme vai além dos adjetivos "leve" ou "pesado" e recheado de referências diretas e/ou indiretas, nos apresenta uma verdadeira homenagem ao bom cinema e sua constante busca pela renovação.
É um filme sobre crise, de fato, mas uma crise que visa a renovação e mudança, coisa que, meu amigo que me perdoe, a arte em geral precisa nesses nossos dias tão sombrios e comercializantes.
Fica a dica!
Um abraço partido a todos e até o próximo filme!
PS: Adivinhem quem é o amigo formado em Artes?
15 comentários:
Amigo formado em artes... O conjunto universo não conta com muitos elementos...
E por falar em filme, ontem assisti ao Para Sempre Ao Seu Lado, com o Richard Gere. Típico filme que se assenta no pilar "baseado numa história real", mas realmente real, não como Contatos de Quarto Grau. Podem dizer que é decadência do Gere, sentimentalismo barato, história narrável em 15 min de filme, etc... Mas é muito, muito triste.
Nossa Moreira... vc tá indo no cinema assistir umas coisas q pqp, hein?
Esse aí é o do cachorro?
Da outra vez era o "Tá chovendo hamburguer"... q por sinal eu não agueeeeeeeeeeeeento mais devido a insistencia da Julia!
Preciso ver esse filme aí, Cayo...
E também não faço idéia de quem seja o cidadão FORMADO em Artes!
Assisti o "abracos partidos" quando estava de ferias do estagio, despretensiosamente... realmente, que me perdoe o Cayo, mas tambem o achei "leve". O que ocorre neste filme é que a dose de empatia que eu senti pelos personagens foi menor do que em qualquer outro filme do almodovar... a historia é bela, entretanto, pelo jeito que é narrada ela permanece distante de voce, voce nao é sugado como em "maus hábitos", "tudo sobre a minha mãe", ou o delicioso "volver"...
é realmente uma historia bela mas voce nao se sente "na pele" dos personagens... é um jeito de fazer cinema...uns gostam mais outro menos... minha opinião pessoal é que esta não é a obra prima do almodovar, mas por se tratar de ser ele, ela ja é boa. PS.: Senti falta da trilha sonora alguns momentos (ASS.: Gaby, critica de botequim)
PS.: Moreira, o Barack Obama vai em sentido anti-horário
-Esse filme do cachorro deve ser triste mesmo.
-"Contatos de 4° Grau" não é baseado e fatos reais, apesar de falar que é, mas é um puta filme de suspense.
-O amigo não é formado, só falei pra dar densidade ao argumento... =) Mas ele existe, e todos aqui conhecem...
-De fato, Gabee, não é a obra-prima, mas você só sentiu empatia pelos personagens dos outros filmes porque você é uma pervertida assumida e eu sou um reprimido escondido... =P
Abraços
Tinha que ser coisa do lucas ficar discutindo quão leve e pesado os filmes do almodovar estão ficando. E tinha que ser coisa do cayo querer escrever sobre isso.
tabajara, ou ubirajara, não deixou de ser "pseudo-cult-cool" hehehehehe
eu adorei abraços partidos!!!! A penelope, como sempre, está lindíssima!
Que mulher... Que mulher...
hahaha minha mae (geracao X) ficou dizendo que ele estava esqueletica hahahahah
ah cayo, acho q vc estava certo quando disse que os filmes vinham ficando mais leves. Estive conversando sobre o filme e um amigo me disse que viu uma entrevista com o diretor, e ele dizia que ele não conseguia mais ter o mesmo contato aproximado com as pessoas como tinha quando não era um super diretor. Era da proximidade que ele tinha com figuras bizarras, como mães, travestis, atrizes, que ele retirava todas as soluções mais escrotas e kitschs pra problemas... graves. Não se trata de leveza, mas de superficialidade. Alguns filmes dele falam sobre fazer cinema, mas servidos de grandes dramalhões. É cinema "autorreferencial", né, eu acho. ao menos... não encontrei nenhuma menção direta.
Gaby, também acho que faltou um "cucurucucu paloma" e que a coisa ficou meio insossa, nem tão trash qto kika, nem tão sóbrio qto tudo sobre minha mãe. ele costumava ser mais violento. mas a cena da escada é mara, hehe.
oii, sou o Lucas. me atrasei e ainda não me formei.
fica outra dica de filme, mais suave. "Onde vivem os montros". me deixou com vontade de conhecer o livro.
http://www.youtube.com/watch?v=AZlIvjXPav0
A cena da escada é referência a qualquer filme com cena de escada... =P
Fora quando o garoto vai escolher os DVDs para assistir e cita uma meia dúzia de clássicos.
Mudando de assunto: Galera! Vamos beber cerveja qualquer dia desses lá em casa e assistir um filme do Almodóvar? Um bem cheio de putaria hein! Eu voto na noite de quinta pra sexta!
então qualquer menção vale como ode e "Apenas o fim", daquele menino carioca, é uma grande homenagem a vários clássicos do cinema, tv, video-game, só pq um nerd passa o filme inteiro vomitando informações comuns ao possível público daquele filme - pessoas da nossa idade, hehe.
"carne trêmula" deve ser legal e tbm picante!
gente eu vou fazer o possivel para me formar esse ano... serei eu a unica?! hahaha
Eu bem que queria tbm! Mas acho que só em 2011! Mas não passa do 1º semestre!
bjooo.
Depende de quem está falando né, Lucas... Dou muito mais valor pruma menção do Almodóvar do que pra de um burguesinho da zona Sul do Rio...
E eu nem vi esse filme, aliás... Ainda bem, pelo jeito...
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